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“A gente dormia com a cabeça coberta e sentia baratas caírem”, lembra Paulo Vieira

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Em uma entrevista emocionante ao Fantástico, o humorista Paulo Vieira compartilhou detalhes comoventes de sua infância e revelou como o humor foi fundamental para superar desafios e fortalecer laços familiares.

Durante a entrevista, Paulo relembrou como o humor o ajudou a cuidar da saúde mental de sua mãe, que sofria de síndrome do pânico. “A gente não tinha dinheiro para comprar os remédios de síndrome do panico, eram muito caros. Aí, a psiquiatra falou: ‘você precisa controlar a sua ansiedade para não evoluir pro pânico’. Comecei a fazer comédia para minha mãe. Ela falava: ‘tô começando a ficar ansiosa’. Aí, eu corria e ia fazer cena, botava peruca na cabeça, imitava ela, até que ela foi melhorando e se curou”.

O humor, segundo Paulo, sempre foi mais do que apenas uma forma de entreter. “A comédia sempre foi um estilo de vida para mim. São os óculos que eu escolho para ver a vida. Não é o meu olho, ele talvez seja a poesia. O meu olhar sempre busca a beleza, a poesia é isso, a partir disso escolho a comédia como comunicação e maneira de olhar a vida”.

Uma das histórias mais marcantes de Paulo ocorreu quando sua família se mudou para uma casa infestada de baratas. “Nos momentos de maior dificuldade da minha família, a gente estava rindo, em tudo. Vou te dar um exemplo: a gente se mudou para uma comunidade, uma casa muito ruim. Ela era infestada de barata. Piorava muito quando você apagava a luz. E a gente dormia no chão. A gente precisava dormir com a cabeça coberta de lençol, a gente ficava sentindo as baratas caírem no nosso corpo. Minha mãe a pagava a luz e falava: ‘vai começar a terceira guerra mundial’. ‘Caiu aqui em mim’. ‘Caiu aqui também, mãe’. Minha família sempre escolheu a alegra, a risada”.

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