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Saúde

Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o transtorno bipolar afeta 140 milhões de pessoas no mundo

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O cantor e ator Maurício Mattar e a cantora Mariah Carey - Foto divulgação

Doença atinge 2,5% da população brasileira; sintomas aparecem quase sempre antes dos 30 anos

O cantor e ator Maurício Mattar e a cantora Mariah Carey são duas personalidades famosas que foram diagnosticadas com o transtorno bipolar e já declararam publicamente  sobre  o  assunto.  A  psiquiatra  Amanda  Cavalcante (CRM-RJ 8807 e RQE 4670) explica que o problema é uma doença cerebral complexa. Ela diz que existem dois principais tipos de transtornos dessa doença: o tipo 1, que se apresenta como distúrbio de humor onde é observada a ocorrência de pelo menos um episódio maníaco — pode ou não ter sido precedido, ou sucedido de episódios hipomaníacos ou depressivos. Já o tipo 2 apresenta distúrbio de humor recorrente, constituído por um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco.

No transtorno bipolar, temos ciclos de episódios de humor que são duradouros, normalmente não melhoram no mesmo dia e nem de um dia para o outro. O episódio de mania, por exemplo, dura no mínimo uma semana. O episódio de hipomania dura, no mínimo, quatro dias consecutivos. “Aquela pessoa que vai do 8 ao 80 em um mesmo dia, muitas vezes, é chamada de bipolar, no entanto, não é desta forma que a doença ocorre”, esclarece.

Hipomania e mania

Segundo a médica, o estado de hipomania é um período de humor diferente do normal daquela pessoa em questão, sendo elevado, expansivo ou irritável. Há aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias.

Já a mania, apesar de também ter os sintomas citados acima, dura no mínimo uma semana, apresentando-se com o quadro mais grave, podendo gerar autoestima inflada ou grandiosidade e redução da necessidade de sono (por exemplo, o indivíduo sente-se descansado com apenas três horas de sono). “A pessoa tende a ficar mais falante do que o habitual, por vezes, sendo difícil de interrompê-la. Podem ocorrer pensamentos acelerados, distraibilidade (desviando a atenção com muita facilidade), aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora, além de envolvimento excessivo em atividades com alto potencial de dano, como comprar excessivamente, ter indiscrição sexual ou realizar investimentos financeiros insensatos”, pontua.

Tratamento

A especialista comenta que as principais medicações para o tratamento do transtorno bipolar são os estabilizadores de humor. Ela cita o Carbolitium, os antipsicóticos atípicos (como Aripiprazol, Olanzapina, Lurasidona) e os anticonvulsivantes (Valproato, Carbamazepina, Lamotrigina). “Além do tratamento medicamentoso, o paciente necessita ter um sono regular, tendo uma rotina de dormir e acordar no mesmo horário, praticar exercício físico, expor-se à luz solar e se alimentar de forma adequada”, orienta.

Dra. Amanda Cavalcante - Foto divulgação

Dra. Amanda Cavalcante – Foto divulgação

A psiquiatra afirma também que, muitas vezes, os sintomas da patologia não são notados pelo próprio paciente, principalmente quando ele está em mania ou hipomania. “A pessoa está com energia e, muitas vezes, sentindo-se bem com isso. Então, é importante que familiares e amigos prestem atenção nas mudanças de comportamento dos portadores deste transtorno”, finaliza.

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